Friday, May 05, 2006

Leitor de almas!!! J®$ - se vc não diz..eu digo por vc!!!rs,sera verdade!?

Como pássaro, meu corpo desliza, desafiando céus desconhecidos. Flutuo na placidez da emoção que me conduz. Entrego-me, exponho-me, deixando para trás as folhas do outono, vestígios da estação que enfeitava a paisagem da minha vida. Sinto o vento leve que ressuscita o sentido tátil do meu coração. É ele que vem acordar o afago esquecido, o carinho pulsante que grita na solidão da minha alma. Ao me tocar, um estranho rugir de sonhos faz despertar. Um turbilhão de ânsias ecoa em labirintos jamais percorridos e, quando vacilantes meus passos me detêm, ele me leva na mansuetude do seu olhar. Abre meus portais e na aquarela inócua dos meus olhos, vai pintando cores, enquanto observa cada efeito que elas produzem em meus olhares. Amorosamente, não apenas me sinaliza caminhos, mas observa as reações do meu coração a cada momento vivido. Folheia-me com seus dedos de veludo, debruçando-se nos contornos dos meus silêncios. Desnuda minhas resistências, meus medos e põe-se a beber do que transborda na mudez explícita dos meus desejos, somente visíveis a sensibilidade das carícias acetinadas pelas mãos dele. Aos meus ouvidos, a voz dele não chega. Em signos próprios, um diálogo vai sendo delineado, enquanto ele me decifra em expressões e sentimentos que até eu mesma ignoro. Perceptíveis são as sensações que ele vai esculpindo, fecundando as estéreis esperanças que repousavam nos abismos do meu viver. Invade meu peito com seus misteriosos e enigmáticos sorrisos, acendendo auroras em meus dias, fazendo-me renascer qual Fênix, quando segundo por segundo, desenha lagos serenos em minhas áridas íris.

Mais uma vez!!! (J®$)

Acho que foi assim: bateu de novo o amor na minha porta. Como sempre, com a mesma irreverência, que vinha logo ali, num sorriso azul. Chegou sorrateiro, com um novo contrato de adesão, com cláusula de “não sofrimento”.Não tive reação mais sincera que não bater a porta. Deixando o amor, ali do outro lado entregue ao vazio da minha raivosa indiferença. E não adiantaria insistir. Dessa vez, ainda que meu coração surdo, ouvisse com tanto zelo suas propostas, não aceitaria as mesmas ilusões em roupas novas. Tranquei a porta.Voltou logo no outro dia. Tocou a campainha e saiu correndo. Como não vi que se tratava do amor, quando abri a porta para ver quem era, ele entrou sem eu perceber. Instalou-se logo no sofá da sala. Confortável, como um moleque só.Irritado como só eu estava, enxotei o amor de vez e disse que não mais voltasse. Sob pena de me encontrar em estado de fúria profundo.Mas o amor pulou o muro. E foi parar direto no meu jardim. Quando me dei conta, no meu jardim seco e esquecido, havia sim uma outra semente, e não pude resistir. Num suspiro de quem entrega os pontos, aliviei e sucumbi. Reguei com carinho, aquilo que só molhei com raiva.